Atualmente, a carne suína, diferente da carne de porco, é resultado da evolução tecnológica da industria alimentícia, graças aos esforços empreendidos em sua seleção (genética, alimentação, crescimento, técnicas de cortes, etc.) a fim de satisfazer às demandas dos consumidores, a carne suína tem atualmente bem menos gorduras que a 25 anos atrás.
A carne suína apresenta um excelente equilíbrio em ácidos graxos insaturados e saturados. Com um teor de ácidos graxos saturados, inferior a 40% e de ácidos insaturados superior a 60%, ela pode ser comparada à carne do frango. Graças a esse teor excepcional de ácidos graxos mono e polinsaturados, a carne suína pode exercer um papel importante na prevenção de doenças cardiovasculares e responder às recomendações que os nutricionistas preconizam:
• Diminuição de lipídios na alimentação
• Redução do aporte de ácidos graxos saturados em favor dos ácidos graxos mono e polinsaturados, por conta de seu efeito protetor perante as doenças cardiovasculares.
Globalmente, os ácidos graxos da carne suína são constituídos por:
• 40% de ácidos graxos saturados;
• 46-49% de ácidos graxos monoinsaturados, principalmente de ácido oléico;
• 8 a 12% de ácidos graxos polinsaturados, principalmente de ácido linoléico.
Os teores de ácidos graxos insaturados (oléico e linoléico principalmente) são fortemente influenciados pela alimentação e genética do animal, o que explica possíveis diferenças. De fato, nos animais monogástricos (os que possuem um só estômago), como o suíno, os ácidos graxos da alimentação são depositados diretamente nos tecidos sem modificação química. É, pois possível influenciar a composição de ácidos graxos da carne pelo controle da alimentação dos animais, oferecendo uma alimentação mais rica em milho e soja, aumenta-se o teor de ácidos graxos insaturados de sua carne e principalmente de ácido linoléico, ácido graxo polinsaturado essencial.
O lombo suíno é um potencial aliado no controle da pressão alta. Em uma dieta de 2000 kcal, uma porção de lombo suíno contribui com 5% do Valor Diário (VD) para gordura saturada, 4,5% do VD para gorduras totais e 21% do VD para colesterol e é um alimento denso em nutrientes. Para as pessoas com problema de hipertensão, recomenda-se a abstenção ou redução da ingestão de alimentos com alto teor de sódio, principalmente aqueles ricos em sal de cozinha (NaCl). Quando comparada às carnes bovina e de frango, a carne suína mostra um menor teor de Sódio e como vantagem adicional, o nível mais elevado de Potássio, ela contém somente 58mg de sódio por porção ou 2% do VD, e o maior teor de potássio, com baixo teor de gorduras saturadas e colesterol (Quadro 1 ).
Quadro 1 : Valores de Potássio e Sódio de alguns cortes de carnes cozidas
Lombo Suíno | Filé Mignon | Peito de frango sem pele | Coxa de frango com pele | |
425 | 391 | 256 | 222 | |
58 | 61 | 74 | 84 | |
0,136 | 0,156 | 0,289 | 0,378 |
(Fonte: L. Roppa, adaptado do USDA, Nutrient Data Laboratory)
Dada a importância da relação destes minerais, um alimento é avaliado pela relação Sódio: Potássio (relação Na:K). Quanto menor a relação, melhor é o alimento, pois isto indica que ele é mais rico em Potássio (mineral desejável para os pacientes de Hipertensão Arterial) e contém menos Sódio (mineral indesejável). A carne suína, e em especial o lombo (que é um dos cortes preferidos pelos consumidores), tem a menor relação Na:K, quando comparada à carne de frango e à bovina. Por estes motivos, é a carne mais indicada para pessoas que apresentam problemas de Hipertensão Arterial.
O artigo publicado na revista Ciênc. Tecnol. Alimentos em abril 2002 por Neura e Delia, afirma que, no que tange às implicações nutricionais, os cortes de carne suína (lombo, pernil e paleta) sem gordura externa apresentaram de 3 a 5% de gordura por 100g e podem ser considerados alimentos com baixo teor de gordura, de acordo com a classificação do FOOD ADVISORY COMMITEE da Inglaterra [20]. A razão de ácidos graxos poliinsaturados/saturados foi acima ou ligeiramente menor do valor mínimo recomendado de 0,45, segundo o BRITISH DEPARTMENT OF HEALTH [15] para a dieta total. Logo, esses cortes podem ser incluídos tranqüilamente na dieta diária desde que alternados com outros alimentos.
O selênio, é também um importante aliado no combate às doenças cardiovasculares ele é antioxidante, retarda o envelhecimento celular, diminui os riscos de doenças cardiovasculares e permite um bom funcionamento de vários mecanismos. Com teor de selênio de 10µg por 100g, a carne suína representa, depois da carne bovina, a segunda fonte de selênio na alimentação ocidental. Portanto, 100g de carne suína cobrem cerca de 20% da ingestão diária recomendada de selênio para um adulto
Valor nutritivo da Carne Suína (Lombo sem gordura, em 100 gramas).
Cálcio | 4 g |
Ferro | 0,5 mg |
Magnésio | 24 mg |
Sódio | 53 mg |
Potássio | 334 mg |
Zinco | 0,9 mg |
Vitaminas | |
Retinol | TR |
Tiamina | 0,95 mg |
Riboflavina | TR |
Niacina | 13,83 mg |
Piridoxina | Tr |
Ácidos Graxos | |
Saturados | 3,3 g |
Monoinsaturados (Oléico) | 3,7 g |
Polinsaturados (Linoléico) | 1,0 g |
Macronutrientes | |
Umidade | 68 % |
Fibra | 0% |
Energia | 176 kcal |
Proteína Total | 22,6 g |
Gordura Total | 8,6 g |
Colesterol | 55 mg |
Fonte: Tabela brasileira de composição de alimentos/ NEPA – UNICAMP – Versão II – 2 ed – Campinas. SP.
CARNE SUÍNA: GOSTOSA, SAUDÁVEL E NUTRITIVA!
Ana Paula Rocha
Fonte: Carne Suína Brasileira
Nenhum comentário:
Postar um comentário